Epidemiologia
A incidência de cancro do cólon e recto (CCR) tem aumentado progressivamente ao longo dos anos nos países desenvolvidos (diminuição da incidência e mortalidade nos EUA em virtude da implementação de programas de rastreio). Em Portugal, o CCR é o tumor maligno mais frequente se considerarmos em conjunto ambos os sexos (o cancro da próstata é o tumor mais frequente no sexo masculino e o tumor da mama é o tumor mais frequente no sexo feminino).Em 2010 foram registados 7440 novos casos e todos os anos morrem em Portugal cerca de 4000 pessoas devido a esta patologia.
Sabemos que estes tumores malignos se desenvolvem a partir das células epiteliais do órgão, frequentemente a partir de lesões precursoras benignas (pólipos).
O factor de risco melhor conhecido é a idade (aumento progressivo da incidência a partir dos 50 anos), seguido de factores hereditários em que a presença de história familiar de CCR em parentes de 1º (pais, irmãos, filhos) ou de 2º grau (tios, primos, sobrinhos) confere um risco acrescido. No entanto, factores modificáveis do estilo de vida – sedentarismo, obesidade, dieta pobre em fibra e rica em gordura, síndrome metabólico e tabagismo – desempenham também factores de risco importantes.
Os portadores de síndromas hereditários conhecidos (polipose adenomatosa familiar, polipose associada ao gene MUTYH, síndrome de Lynch) ou de doença inflamatória do intestino (colite ulcerosa ou doença de Crohn) devem ser vigiados em consultas de especialidade e submetidos a exames de rastreio e de vigilância dirigidos à condição subjacente uma vez que o risco de desenvolver CCR é mais elevado.