Epidemiologia
Ao analisarmos a incidência de cancro gástrico entre diferentes populações verificam-se variações geográficas importantes em provável relação com diferentes exposições ambientais. O consumo de alimentos salgados e fumados, a exposição a nitrosaminas, a infecção por Helicobacter pylori, o tabagismo, a obesidade, o consumo de carne processada e o baixo consumo de peixe, fruta e vegetais parece associar-se a risco acrescido de desenvolvimento de cancro do estômago.
Em termos globais, com o aparecimento da refrigeração (associado a menor consumo de alimentos conservados em sal e de alimentos fumados), da melhoria das condições higieno-sanitarias tem havido diminuição da incidência desta neoplasia. No entanto, Portugal apresenta uma das mais elevadas taxas de incidência na Europa representando o 4º tumor maligno em ambos os sexos.
Embora a maioria dos casos seja esporádico, a agregação familiar ocorre em cerca de 10% dos doentes mas o cancro gástrico hereditário apenas é identificado numa minoria (1 a 3%). Em Portugal e no ano de 2010 foram registados 2934 novos casos.
Apesar do desenvolvimento de novas modalidades terapêuticas - técnicas cirúrgicas e sobretudo de novos fármacos utilizados em quimioterapia (neoadjuvante, adjuvante ou na doença metastizada) o prognóstico global continua muito desfavorável.